8.08.2005

Acaba aqui, por enquanto, o relato ilustrado e baseado em factos concretos da minha “experiência Kafkiana” em Pontevedra, na Galiza.

Passarei às “Coincidências excessivas” que me fizeram sentir “asfixiado” numa já posterior e muito recente deslocação à Catalunha, motivada por um convite que me chegou por mail (no dia em que regressei do já citado julgamento), para uma Exposição Colectiva de Arte, numa cidade próxima de Barcelona (Granollers) onde expus na galeria “Virtuart” 19 fotografias da série ‘Angola 2004’ e 3 pinturas (www.grupovirtuart.com ).

É altura para demonstrar como procurei desesperadamente (e sem resposta) denunciar este grave “Incidente” de abuso policial, tortura física e psicológica sobre um cidadão que julgava estar descontraidamente a “esticar um fim-de-semana” para descansar, para fotografar, para não fazer nada… É altura para referir a generalidade dos media que revelaram um total desinteresse por este assunto, que urgia denunciar e tornar público, em nome e para protecção de todos aqueles que, não tendo os mesmos meios que eu tive, são também agredidos e torturados, vítimas de “lamentáveis e sangrentos equívocos” e que tantas vezes apodrecem e morrem nas obscuras e repugnantes cadeias deste mundo Os responsáveis dos jornais e dos canais televisivos (a que tentei também chegar por meio de antigos assessores de imprensa. com a ajuda de um homem com “H”, um deputado que sentiu este caso como se fosse seu e consequentemente tudo fez para me ajudar e apoiar (o Engº Jorge Moreira da Silva. Desses meios de comunicação, com excepção de “ O Independente” que rapidamente, após ter tido conhecimento do caso através de uma das milhentas denúncias que fiz na net (essa para o “pt indymedia.org”) publicou, no passado dia 5 de Agosto um extenso artigo/entrevista brilhantemente elaborada pelo jornalista Augusto Freitas de Sousa e ilustrada com uma fotografia de João Cortesão Gomes, falarei com mágoa, e indignação que a indiferença e a negligência me provocou.

…Também em nome do jovem Brasileiro e da sua família, que teve menos "sorte" do que eu, barbaramente abatido com cinco tiros na cabeça, no metro de Londres por “excesso de zelo policial”, acto depois ‘branqueado’ pelo Sr. Tony Blair; «A polícia está a trabalhar em condições extremamente difíceis…»

É também o momento para ponderar se vale a pena habitar esta Europa, “lamber as feridas” e tentar seguir em frente no meu desígnio de Homem Livre, onde quer que seja.

É talvez agora a também a altura, por estar mais tranquilo, de rasgar a resistente pele de “corajoso” que desde o que me sucedeu tenho envergado diariamente, para ultrapassar as sequelas de tanta humilhação e terror, para conseguir dormir sem recear os agora constantes pesadelos e sobressaltos e acumular energias para levar até ao fim a minha luta, até que seja feita justiça exemplarmente.

Não procuro com este blogue, a vingança, a tão ‘marialva’ atitude portuguesa do «agarre-me senão..», mas quero aqui denunciar, denunciar sempre o que é infame, ilegal, inconsciente e intolerável num país dito democratico mas que cada vez mais transforma esse conceito numa espécie de imagem abstracta, desfocada, mal conservada e, por isso, prematuramente encarquilhada e esbatida.