7.27.2005

OS FACTOS: 28 Quando chegámos ao local do julgamento, fomos informados pelo advogado espanhol que este já não se iria realizar pois a acusação tinha súbitamente mudado de crime para "falta" (uma espécie de mau comportamento, explicou-me. Propôs-me então um acordo que poria termo ao processo; Só teria de pagar uma pequena coima, asssinar um papel e o caso ficaria por ali. Recusei qualquer acordo, estavam em causa a minha dignidade, os meus direitos, a humilhação, e as brutais agressões fisicas e psicológicas de que fui vítima. Por outro lado, confirmei telefonicamente com a minha advogada que se aceitasse o dito não poderia agir legalmente contra os agressores pois esse papel que teria de assinar, caso aceitasse seria uma espécie de assunção de culpa... Desde que saí da esquadra, a chorar de raiva (não de dor), senti-me moralmente obrigado a denunciar este caso que pode acontecer a qualquer um de nós e a levar a minha razão e a minha indignação até às últimas consequências através de todos os meios legais ao meu alcance. Não porque deseje alguma espécie de protagonismo, mas, como disse por dever e por temer que o flagelo do terrorismo que marca os nossos dias, possa dar lugar ou servir de pretexto para a discriminação, a arbitrariedade, a xenofobia, o abuso da força. Tenho a convicção (veja-se o caso do Brasileiro morto a tiro no metro em londres e as posteriores e inacreditáveis declarações de Tony Blair sobre a actuação da polícia nesse caso, que se o terrorismo não for combatido eficazmente com inteligência, com astúcia, em silêncio, poderá finalmente atingir s seu objectivo, i.e.: aterrorizar todos os Europeus, utilizando os seus meios criminosos, mas, também aproveitando o resultado da "histeria" e falta de ponderação que, comprovadamente se vem instalando nas forças de segurança dos países já atingidos dramaticamente pelos seus actos brutais.