9.30.2005

"INSÓNIA"

Quando finalmente chegámos ao hotel o meu grau de desconfiança era equivalente à perigosa (dado o meu estado de saúde) ansiedade que já começava a sentir; ainda faltavam alguns dias para a desejada inauguração, estava a 1300 km de casa, com os meus filhos e sem perceber o realmente o que se estava a passar. Mantive-me deitado, com a janela aberta num ângulo que me permita ver qualquer movimento na rua da frente daquele pacato sítio. Já era tarde. A certa altura apercebi-me de um "Almera" preto a estacionar em frente à casa nº1, mas do lado do hotel. A grande surpresa é que de lá de dentro saiu o "homem de vermelho" e entrou para a cafetaria do hotel que também serve a rua. Senti um enorme arrepio. Já era demais! A Susana tomou a iniciativa de descer descontraidamente fingindo que ia ao carro procurar algo. Quando olhou para a cafetaria reconheceu claramente o sujeito que ali estava, calmamente a tomar algo. Depois o "Almera" saiu, mas por pouco tempo. Quando regressou trazia o sujeito de vermelho e um acompanhante com ar de "jovem artista". Na estranha cadeira estava sentada uma senhora com alguma idade, que presumo ser a dona da modesta casa nº1. No entanto, a casa nº1 é contígua a uma casa que também me suscitou de princípio algum interesse pelo "dispositivo de segurança que exibia num sítio tão calmo e pacífico: (sistema de alarme bem visível, antenas, um cão polícia, etc) Os dois homens, dirigiram-se então à senhora, conversando e gesticulando simultaneamente, eventualmente sobre "o estado do tempo" Nessa noite não consegui dormir, qualquer ruído me atirava para fora da cama para ir ver como é que estavam os meus filhos, ou se havia alguém estranho no corredor do 5º piso. Instalada a insónia fiquei "de vigia" à casa do alarme onde a movimentação foi grande nessa noite : O homem de vermelho entrou e voltou a sair, mais do que uma vez; entram outros indivíduos; parou na rua do lado uma enorme carrinha com os vidros tapados que a dada altura saiu, para voltar a estacionar 50 metros atrás. Pensei por momentos que estava dentro de um qualquer filme de mau gosto, mas infelizmente a situação era bem real e preocupante.