10.08.2005

AS MINHAS CONVICÇÕES NÃO ESTÃO EM SALDO!

Finalmente chegou a já tão esperada carta de Espanha com a sentença referente ao Julgamento por "FALTA", onde fiz questão de estar presente (podia ter sido simplesmente representado pelo advogado oficioso que a Guardia chamou, no dia 13, dia das agressões, para presenciar ao interrogatório que precedeu a minha "liberdade condicional). Recordo, que há já algum tempo, a Guardia Civil, através do seu Gabinete de Imprensa, tinha comunicado por e-mail ao "O Independente" que eu estava condenado, só que ainda não o sabia: ----------------- Original MessageFrom: LAUREANO RODRIGUEZ ENRIQUEZ [mailto:laureano.rodriguez@dgp.mir.es] Sent: quarta-feira, 3 de Agosto de 2005 14:19 To: afsousa@oindependente.pt Subject: Detención de Gonçalo Seixas Afonso Dias Buenos días, Acerca del asunto interesado por su periódico, se informa que el ciudadano portugués Gonçalo Seixas Afonso Dias, fue condenado en Juicio de Faltas 372/05, por el Juzgado de Instrucción Nº Dos de esta ciudad, como autor de una falta de desobediencia a agente de la Autoridad, si bien aún no le ha sido comunicada la sentencia. El pasado día 13 de junio de 2005, Gonçalo Seixas Afonso Dias fue requerido por un agente policial para que se identificara, ya que se encontraba realizando fotografías a las instalaciones policiales de esta ciudad, negándose a ello, por lo que fue informado de que si se negaba a cumplir dicho requerimiento sería detenido por desobediencia y trasladado a esta Comisaría para ser identificado, continuando en su negativa a identificarse, por lo que se procedió a su detención y traslado a esta Comisaría. Gonçalo Seixas Afonso Dias fue informado en el momento de su detención, mediante acta, de los derechos que le asistían como detenido y firmando dicha acta, entre los que se encuentran el derecho a ser asistido por un abogado y a ser asistido por un médico forense, derecho éste último que el detenido no ejerció. Una vez prestó declaración en esta Comisaría fue puesto en libertad y citado para que compareciera al día siguiente en el Juzgado de Instrucción de Guardia de esta ciudad; en sus declaraciones ante la Policía y en el Juzgado, durante las cuáles fue asistido por un abogado de oficio, no denunció ninguna clase de maltrato físico o psíquico. El trato ofrecido a Gonçalo Seixas Afonso Dias por parte de los policías encargados de su custodia en esta Comisaría fue correcto en todo momento y ajustado a derecho. Esperamos que esta información sea de su interés. Un saludo. Gabinete de Prensa de la Comisaría del C.N.P. de Pontevedra. ------------- Posteriormente, declarou ao "Diário de Pontevedra" que eu me queria vingar da multa de 140€ que teria de pagar pela condenação, e mais, que me estava a aproveitar mediáticamente do caso do agricultor morto em Roquetas De Mar. Aberto ansiosamente o sobrescrito da notificação, ainda com a caixa do correio escancarada, confrontei-me com um documento composto por 3 páginas com uma elaborada e profissional argumentação,mas, disconexa e até contraditória com tudo o que a precedeu oficialmente. Afinal fui condenado por "desobediência à autoridade". Então porque é que, no dia 13 me "empacotaram" a máquina fotográfica, num envelope castanho da polícia com o registo do nº de série do aparelho dactilografado e dirigido ao Juíz que supostamente me iria interrogar (e que, segundo me informaram na Comissaria, poderia querer ver as fotografias que tirei na fatídica manhã,no próprio aparelho) Será que foi porque não havia nenhuma imagem dirigida à esquadra?! ou porque não é crime fotografar no centro de uma cidade turistica, pejada de fotografos com máquinas de bolso e sofisticados telemóveis "fotografantes", sobretudo quando se está de férias? Por outro lado, porque será que continuam a acusar-me de ter recusado a apresentar a documentação, quando no documento que assinei na esquadra, ao lado da assinatura do polícia que me interrogou está precisamente a negação desse facto, com o carimbo da guarda e tudo?Esse documento foi apresentado à juiza no julgamento do dia 22! "Santa paciência"! Por fim, como é possível a acusação afirmar publicamente e com tanta antecedência a Sentença do julgamento e até o valor da multa(140€), quando mais ninguém o sabia, nem o meu então advogado oficioso?. Acresce, para maior confusão e indicio de desespero da Guardia, que esses 140€ eram o valor inicialmente previsto, (caso fosse dado como culpado no o 1º julgamento, o do dia 14 de Junho, (que não se chegou a realizar porque não "vendi a alma" e não paguei a multa que, segundo eles acabava com o problema). Pois acabava... Agora fui efectivamente condenado, não aos tais 140€, mas a 20 (vinte)Euros!!! Parece uma brincadeira de mau gosto, mas não é. Concedem-me ainda "generosamente" (tratando-se de um cidadão estrangeiro que para recorrer o tem de fazer em Espanha) 5 dias para o fazer, e que farei e faria, fosse qual fosse o montante da multa. Vou, por isso urgentemente "empenhar" mais umas centenas largas de euros, em gasolina, em portagens, na estadia e no advogado que vai a apresentar o recurso, MAS NÂO PAGO NEM UM CÊNTIMO!!!. As criaturas (refiro-me à polícia, a Juíza deve ter feito o seu trabalho), estão redondamente enganadas. A minha convicção é inabalável, ainda sinto as brutais agressões e as humilhações que sofri em Pontevedra no dia 13 de Junho, ainda sinto as algemas por cima do relógio e os insultos dos 3 guardas que "fizeram a festa" dentro daquela Comissaria. E é precisamente em nome das pessoas humildes e indefesas, que se veêm por isso despidas dos seus Direitos Humanos, desprezadas pela sociedade que as usa como mão de obra barata e susceptível, é em nome de todas as minorias, de todas as vitimas de discriminação, de racismo e de xenofobia que NÃO PAGO!, NEM CEDO. Vou lá para recorrer e depois prosseguirei todo o esforço a que a revolta me obriga, até levar aqueles 3 animais ao Banco dos Réus. E escusam de me tentar comprar, de me pressionar em Espanha (como sucedeu recentemente na Catalunha), porque também NÃO TENHO MEDO. A razão e o meu carácter não dão espaço a "medos" ou "hesitações". Talvez agora comecem a perceber, que, dure os anos que durar, a Justiça terá inevitavelmente que ser feita, e, quando um dia, um daqueles gorilas levantar a mão para agredir alguém talvez pense duas vezes e resfrie os seus instintos criminosos. Se isso acontecer, por uma vez que seja, para mim já terá valido todo este pesadelo.